Pastor repugnante

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Pastor Silas Malafaia compara homossexualidade à zoofilia e à necrofilia na audiência do Estatuto da Família
por Redação MundoMais

BRASÍLIA – O pastor da Assembleia de Deus Silas Malafaia comparou a homossexualidade à prática da zoofilia (sexo com animais) e necrofilia (sexo com cadáveres) durante a audiência pública sobre o Estatuto da Família, realizada ontem, 12, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, em Brasília.
"Vamos colocar na lei tudo o que se imaginar. Quem tem relação com cachorro, vamos botar na lei. Eu vou apelar aqui. É um comportamento, ué, vamos aceitar. Quem tem relação com cadáver, é um comportamento, vamos botar na lei", disse o repugnante Malafaia.
A deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania LGBT retrucou e disse que era preciso legislar além dos preconceitos. “Temos a obrigação de legislar com base na sociedade real, onde mulheres e homens se separam, onde se relacionam novamente, com pessoas do mesmo sexo ou não”, argumentou Manuela.
Também participaram da audiência o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) Toni Reis e a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família Maria Berenice Dias. Toni Reis rebateu a excrescência do pastor em nome dos direitos civis dos LGBT. “Nós queremos nem menos nem mais, queremos direitos iguais. Nós não queremos é o casamento, nesse momento não é a nossa pretensão. O que nós queremos são os direitos civis", retrucou.
Ironia medonha – Toni também salientou a importância do estado laico e que o Governo Federal também apoia a medida no Programa Brasil sem Homofobia. "O Brasil é um Estado laico e queremos o que a Constituição preconiza, direitos civis", afirmou. Com o Congresso lotado, com boa parte de evangélicos e cristãos ortodoxos, o pastor Silas Malafaia foi irônico e conclamou os presentes e os evangélicos a não votarem na candidata Dilma Rousseff (PT-RS) para presidente da República.
"Ouvi os homossexuais fazerem aqui pronunciamentos dizendo que o presidente os indicou para a ONU, que o presidente os apoia totalmente, então nós evangélicos, que representamos 25% da população, temos que pensar muito bem em quem vamos votar para presidente da República", ameaçou. Maria Berenice tentou acalmar a situação. "Estou sentindo nesse espaço um clima de muito medo, de muito revanchismo, pouco técnico, pouco científico, pouco preparado. As pessoas estão se deixando dominar por posições religiosas muito ferrenhas, e confesso que não sei porque têm medo que simplesmente se assegure direitos aos homossexuais, se assegure a crianças terem um lar", afirmou.
O Estatuto – O Estatuto da Família prevê a unificação das políticas públicas e da legislação sobre assuntos da organização familiar. A audiência pública foi marcada depois da aprovação do substitutivo do Projeto de Lei 674/07, editado pelo deputado e padre ortodoxo José Linhares (PP-CE), que retirou a proposta da união civil homoafetiva do texto original do deputado Cândido Vaccarezza (PT-BA). O substitutivo foi aprovado no dia 26 de agosto do ano passado.

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